Waffles de Matcha

Quem me acompanha no instagram e no facebook, já deve ter reparado que a minha disposição no final da década não foi das melhores. Não há como negar. Apesar destes momentos serem sempre de celebração, estas festas foram vividas em introspecção. Necessitei de tempo para reflectir sobre um ano nada simpático, repleto de notícias desagradáveis. Mas nestes instantes em que meditava sobre tudo o que aconteceu em 2019, uma amiga comentou comigo o seguinte: “Antes de olhares para 2020 com vontade de seguir em frente, é importante passares os olhos por tudo o que conseguiste em 2019 e dá a ti mesma um abraço por tudo o que conseguiste, por todas as lutas que travaste, por teres encontrado forças onde achavas que não existia nada.” E foram estas palavras, simples, mas sensatas que me fizeram perceber que nos últimos meses tenho concentrado demasiados esforços em ver apenas o que não correu bem. Portanto, este texto serve para combater isso mesmo, para me esforçar a ir buscar os ganhos de 2019.
Sei que foi um ano de recuperar alguma assertividade, de ter defendido o meu espaço, o meu rumo (mesmo que este não se tenha revelado vencedor). Terminei a minha pós-graduação e decidi que merecia mais em termos de mestrado, por isso tive a coragem de congelar a matrícula sem olhar à opinião dos outros. Foi o ano em que tive menos dinheiro, devido à licença sem vencimento, mas curiosamente 2019 trouxe muitas pequenas e deliciosas viagens. Corri Portugal de Norte a sul, literalmente do ponto mais a norte, até ao ponto mais a sul. Voltei a apaixonar-me por Espanha, pelas ruas agitadas de Madrid e pela calmaria paradisíaca de Sanabria. Vou lembrar para sempre a road trip com a adolescente da família, pelas planícies douradas do Alentejo até descansarmos o corpo nas águas quentes dos Algarves. Conheci novos sabores que a natureza nos oferece de graça. Lavei, preparei e comi urtigas. Provei os melhores boletus, cantarelus, trombetas da morte e sanchas. Não descobri novos restaurantes, mas voltei aos de sempre, aos que me alimentam a alma, mesmo que para isso tivesse de subir a serra vezes sem conta. Quase consegui atingir um dos objectivos traçados no início de 2019, o de escrever um post todas as semanas no blogue. Foi quase, quase…mas apesar de não ter alcançado essa meta, o blogue ganhou vida, com o lançamento de um singelo ebook sobre piqueniques, com um workshop de fotografia promovido pela fotógrafa Naida Folgado e pelo projecto Humor ao Lume, com o envio regular da Newsletter do Reservatório e com a produção fotográfica de um grande desafio de Natal que me foi lançado pelas meninas lindas da Guida Design Eventos. Redescobri o meu amor pelo campo e lancei mãos à terra para criar de raiz uma micro-horta, um espaço onde tenho feito crescer alguns dos alimentos que coloco na mesa. Agrada-me perceber que a minha cozinha cada vez mais bebe inspiração no verde que me rodeia. Por causa do meu investimento no blogue, na micro-horta, na fotografia, na escrita, 2019 trouxe-me muitas pessoas inspiradoras, pessoas de bom coração, com palavras bonitas sempre prontas a animar o meu espírito.


Afinal, agora que os pequenos feitos ganham vida nas palavras escritas, acredito que mereço um longo e quente abraço de amor-próprio. E começo o ano com a partilha de uma receita verde esperança. A receita que fez do meu aniversário, há menos de um mês, um dia bem mais feliz. Espero que ela vos inspire a ter um ano 2020 repleto de esperança, de serenidade, de saúde, de paz e só boas notícias.

Waffles de Matcha

Tempo de preparação: 25 a 30 minutos aprox.
Dificuldade: Fácil
Quantidade: 12 waffles

Ingredientes:
  • 1 ½ chavéna de farinha de trigo
  • 1 colher de sopa de matcha (bem cheia)
  • 1 colher de chá de fermento em pó
  • 2 colheres de sopa de açúcar
  • 1 colher de chá de açúcar baunilhado
  • 1 chávena de bebida de soja
  • ¼ de chávena de óleo de girassol
  • 1 ovo

Modo de Preparação:
  • No liquidificador colocamos a colher de matcha, o açúcar, o açúcar baunilhado, a bebida de soja, o óleo de girassol e o ovo. Trituramos bem;
  • Acrescentamos a farinha e o fermento. Voltamos a triturar bem;
  • Aquecemos a máquina de waffles e pincelamos as placas com um pouco de óleo de coco;
  • Enchemos cerca 1/3 das placas da máquina com massa;
  • Fechamos a máquina e cozinhamos até dourar;
  • Transferimos as waffles para uma rede de arrefecimento.



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