Bolo de Chocolate e Courgette

Se Ingrid Bergman e Humphrey Bogart, ou melhor as suas personagens no filme Casablanca, tinham sempre Paris como uma espécie de memória salvadora nos momentos menos bons, eu terei sempre o chocolate, como uma doce sensação com poder para me salvar das maiores dificuldades. Em primeiro lugar não conheço Paris (está na lista das cidades europeias a visitar um dia) e em segundo o chocolate está sempre à mão de semear, em variedades que trazem o mundo inteiro até mim. Portanto, é normal que a minha escolha para afogar mágoas, dificuldades e stress variados recaia sobre este ingrediente mágico.


Posso-vos dizer que foi o chocolate que me aguentou nos últimos meses. Como já aqui partilhei, voltar a estudar foi um grande desafio, conciliar o estudo com o trabalho um pequeno pesadelo. Por mais boa vontade que possa haver, é uma relação difícil de gerir. São rotinas que se sobrepõe a mais rotinas, horas de tarefas que se acumulam, dias que se estendem pelas noites e a somar a isto, fazer um esforço para manter a sanidade. Portanto, agarrei-me com força ao chocolate e a todas as sensações boas que ele me traz. Não vou falar de benefícios cientificamente comprovados, penso que disso estão sempre a ouvir falar. Falo das boas sensações, das memórias que o chocolate desperta em mim. Os mais açucarados transportam-me para a infância, os ricos em cacau dão me uma certa segurança interior. E assim, nos últimos meses enfardei chocolate como se não houvesse amanhã. Um erro para a saúde, um gesto nobre que afugentou muitos choros, muitos livros arremessados contra a mesa, e muitos palavrões. Não há comida de conforto, como este produto alimentício, de coloração castanha, obtido a partir de cacau torrado.  Devem estar a pensar, chocolate é apenas chocolate, não vale a pena filosofar à volta disso.



Talvez tenham razão, mas só queria passar a ideia que gosto mesmo muito de chocolate. Talvez lá no fundo seja viciada. E nos últimos meses a balança tem-me lembrado disso, a minha nutricionista faz questão de me dar na cabeça e a cabeça faz questão de doer vezes sem conta graças ao açúcar. Às vezes gostava de gostar tanto de nabo, couve, alface, cenouras, nabiças como gosto de chocolate. Nos últimos meses de aulas, já com o stress pelos cabelos e uma vontade enorme de fugir aos prazos desumanos, foi este o bolo que me salvou. Não se deixem enganar pela courgette, este não é um bolo saudável, nem tão pouco combina com dieta saudáveis. Mas dias não são dias. Se precisam de um toque mágico para adoçar a vida, vão já para a cozinha preparar esta bomba sensacional.



Bolo de Chocolate e Courgette

Ingredientes
250g de farinha autolevedante
250g de courgette finamente picada
60g de cacau cru
1 colher de sopa de mel
200g de açúcar
15ml de óleo de girassol
3 ovos médios
100g de chocolate (com mais de 70% de cacau)
50g de manteiga
100ml de natas
125g de açúcar em pó
Amendoas laminadas a gosto

Modo de Preparação
Pré-aquecemos o forno a 180ºC. Numa tigela grande, juntamos a farinha, a courgette, o cacau em pó e o açúcar. Numa tigela mais pequena colocamos os ovos, o mel e o óleo. Batemos até os ingredientes se misturarem. Combinamos a mistura seca com a mistura húmida e mexemos bem com uma colher de pau. Batemos bem, de forma a que todos os ingredientes fiquem bem incorporados. Vertemos a massa numa forma, previamente untada. Levamos a forma ao forno durante 60 a 70 minutos, até a massa estar firme. Retiramos do forno e deixamos arrefecer.

Para fazer a cobertura, derretemos o chocolate e a manteiga em banho-Maria. Quando estiverem derretidos, retiramos do lume e adicionamos as natas. Peneiramos o açúcar para dentro da taça e batemos vigorosamente até obtermos uma mistura com consistência homogénea. A textura deverá ser suave e pastosa. Com o bolo já frio, espalhamos a cobertura por cima do bolo. Espalhamos por cima da cobertura amêndoa laminada a gosto.



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