Pet Friendly | uma sugestão para conhecerem a Bairrada na companhia dos amigos de quatro patas

Como já devem ter reparado, andar a lourear a pevide é um dos hobbies que cá por casa mais amamos. O que há para não gostar em passear, conhecer novos sítios, novas pessoas, descobrir um pouco de história, desanuviar a cabeça? Pois, a resposta é simples. Sempre que podemos, pegamos no carro e perdemo-nos. 

Contudo, no ano passado a logística tornou-se um pouco mais complicada e deixámos de poder simplesmente à última da hora fazer acontecer. É verdade, com a entrada da cãomiúda nas nossas vidas, muita coisa teve de ser repensada. Viajar com cães, mesmo que seja uma escapadinha, não é fácil. Apesar de o sector do turismo, especialmente no que toca ao alojamento, estar a mudar e estar mais atento à existência de novas formas de família, a verdade é que a oferta pet friendly continua a ser escassa. Por isso, hoje o post é dedicado a um sítio que acolheu tão bem, tão bem, tão bem a minha cãomiúda que merece todo o destaque aqui no blog.




No ano passado, quando a Baga terminou o plano de vacinas e já tinha carta-branca para explorar o mundo, rumámos até à Bairrada para descansar. Sabíamos que lá pelo meio queríamos passear no Parque Nacional do Buçaco, mas a ideia era encontrar um sítio onde pudéssemos essencialmente descansar e brincar muito, muito com a nossa cadelinha.

A pesquisa pet friendly eliminou a maior parte das ofertas de alojamento na bairrada, mas houve uma que sobressaiu. A Casa de Mogofores. Assim que olhei para as fotos do site apaixonei-me. Pensei: olha, aqui está a casa onde vou querer viver para sempre. Já devem ter percebido que tenho um fraquinho por casas com história, com idade para terem sido casas dos meus avós ou bisavós ou trisavós (e por aí fora), com charme.





A dois quilómetros de Anadia e a cerca de 25 da Praia de Mira, a Casa de Mogofores integra a rede de Solares de Portugal. Construída no século XIX, ainda hoje mantém o charme e a grandiosidade de tempos idos. Quando cheguei ao local, duvidei se tinham percebido que a nossa companhia era uma cadelinha, pequenina, reguila. Íamos mesmo ficar naquele casarão de sonho?

A resposta chegou em jeito de sorriso aberto e franco da proprietária, a Dona Glória, e pelo seu comentário: “Baga, como a casta?” Rimo-nos. De facto, a nossa cãomiúda foi buscar o nome à minha paixão por berries (mirtilos, framboesas, groselhas, amoras), mas a verdade é que ali estávamos na região da casta Baga, a respirar o ar puro de centenas e centenas de hectares de vinhas. Uma coincidência que só adensou a certeza que estávamos no sítio certo. A pensar na pequenita canina, foi-nos reservado um apartamento.











A Casa de Mogofores, que pertence ao grupo Campolargo Vinhos, divide-se entre o edifício principal e três apartamentos independentes. Um deles com pátio próprio, onde é possível soltar os animais de estimação. Caramba, isto sim é ser pet friendly. Foi a primeira vez que saímos com a nossa pequenita e não sentimos qualquer entrave ou constrangimento. Ela estava ali como se estivesse em casa. Os apartamentos da Casa de Mogofores, surgiram do aproveitamento de antigas dependências da propriedade. Cada um tem dois pisos, um quarto com WC completo, uma sala e uma kitchenette. Embora com uma decoração mais clássica, o apartamento onde ficámos hospedados proporcionava um ambiente acolhedor e prático.

Ainda hoje os pormenores me fazem recordar este passeio. Tínhamos uma grande jarra de flores campestres na sala, o sol quente de Junho entrava pela porta que dava para o pátio, o pátio rodeado por um muro branco repleto de flores vistosas. A cereja em cima do bolo, foi mesmo um tabuleiro com cerejas e natas ainda quentinhas. Uma oferta de boas-vindas.



Como se tudo isto não bastasse, a Casa de Mogofores tem uma piscina interior de sonho, que como devem calcular eu aproveitei, aproveitei e aproveitei. Adoro nadar, adoro piscinas. Sou uma espécie de criança assim que me acerco de água. De facto, a piscina da Casa de Mogofores tem um encanto muito natural. O pavilhão onde esta se encontra é todo envidraçado, o que confere ao espaço uma luz deslumbrante. No interior do espaço, uma escada em ferro que conduz a uma clarabóia antiga que remete para tempos idos. No exterior cheira a pinheiro, a verde, a vinhas, a passeios ao entardecer.

Nós ficámos rendidos ao espaço, ao conforto, à simpatia com que fomos recebidos. E a cãomiúda também. Esta só não aproveitou mais (e nós também não) porque decidiu que enjoava na viagem e infelizmente tivemos de passar parte do passeio nas urgências do Centro Veterinário de Anadia (obrigada Drª Rita Campos, por ter respondido a todas as nossas dúvidas). Um pequeno percalço num fim-de-semana fantástico. Sinceramente, a todas as pessoas que gostam de edifícios antigos e de passear com os seus melhores amigos de quatro patas, este sítio pode ser uma opção a ter em conta.




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