Nos tempos de meninice, sempre que o tempo, o meteorológico
e a unidade temporal, permitia, subia os degraus do meu palácio. Nele sentia a
brisa matinal como em nenhum sítio era possível. Arejado, com vistas largas que
tocavam os montes hermínios e que me faziam perder o olhar nos campos
agrícolas, nas vinhas, nos pinhais, no sossego da ruralidade. Era enorme aquele
palácio, ou eu é que era pequena para tanto mundo que avistava do alto do
terraço dos meus avós. Aquele era de facto o meu precioso tesouro, que embalava
a minha infância e fazia crescer os meus sonhos. Sempre que me pedem para falar
do campo e desta minha paixão pelas minhas raízes rústicas, é inevitável não
pensar no terraço dos meus avós. O sítio de eleição da minha infância, onde
passava horas a observar os agricultores nas lides de tratar a terra, que me
permitia compreender os horários de quem passava e que ouvia as histórias mais incríveis
de quem vendo uma pequenita sedenta de conhecer mundo partilhava as suas
façanhas com gosto. Costumo dizer que foi este terraço que me fez gostar de alturas e me incentivou a elevar o olhar
sempre para o longínquo horizonte, que sempre me fez questionar o que poderia estar
para lá dessa linha visível. Mas acima de tudo, foi neste terraço que cresci a amar profundamente o campo.
Faz um ano que regressei ao ambiente campestre. Durante
quatro anos morei, por conveniência e não paixão, numa cidade. Estava perto do
trabalho, perto dos serviços, perto das pertinências rotineiras. Durante quatro
anos aprendi a descobrir as facilidades que a cidade permite e a aproveitar os
seus pormenores e peculiaridades. Mas não foi um período de fácil adaptação. Se
por um lado estou habituada a desenvolver as minhas tarefas laborais na cidade,
e gosto, morar na cidade é todo outro nível de stress e ansiedade. Acho que só
quatro anos depois é que percebi o quanto a cidade contribuiu para um certo
estado de desgaste psicológico. Faltavam me estrelas para ver à noite, terraços
para subir e cruzar olhares com o horizonte. Uma pessoa vai crescendo a ouvir
que tem de ser adulta, tomar decisões com a cabeça, que sejam convenientes ao
trabalho e à carteira, e muitas vezes o coração é silenciado nessa educação
racional. Hoje sei que o meu coração só bate compassadamente e apaziguado no
campo. Trabalhar na cidade e morar no campo não é um mar de rosas. As viagens
tornam-se rotineiras e cansativas, o dinheiro torna-se mais escasso em contas
que se multiplicam, o tempo, essa unidade mais preciosa que o ouro, foge das
mãos porque já não moro a dois passos do trabalho. Porém, as noites ganharam
estrelas e dedos que apontam constelações, ganharam o silêncio da chuva forte a
bater nas vidraças embalando os sonhos, o entardecer tem mais chilrear
esvoaçante e os dias ganharam uma cadeira de madeira no alpendre. E o mais
curioso é que a vida deu as voltas que deu, para levar novamente à rua do meu
palácio. Por quanto tempo? Não sei! A única certeza que tenho é que está na
hora de aproveitar o que me faz feliz.
Ingredientes para a Gelatina de Tangerina
450ml de sumo de tangerina
250ml de água quente
4 colheres de sopa de açúcar
15g de gelatina neutra em pó (1 saqueta e meia)
Espremer as tangerinas até obter 450ml de sumo. Coar o sumo através de um pano fino ou filtro. Num tacho colocar a água e p açúcar e levar ao lume até ferver, durante 1 a 2 minutos ou até o açúcar dissolver completamente. Retirar do lume. Juntar a mistura fervida quente ao sumo de tangerina com a gelatina neutra dissolvida. Mexemos bem. Dividimos o preparado em diversas formas. Levamos ao frigorífico a solidificar (mais ou menos três horas).
Ingredientes para a Panna Cotta de Chocolate
200g de natas
150ml de leite meio gordo
Chocolate de culinária 100g
2 colheres de sopa de açúcar
4 folhas de gelatina
Raspa inteira de duas tangerinas
Colocamos as folhas de gelatina a amolecer numa taça com água. Num tacho misturamos as natas, o leite, o açúcar e as raspas inteiras de tangerina. Levamos ao lume até o açúcar se dissolver por completo. Não deixamos ferver. Retiramos do lume e juntamos o chocolate partido em pedacinhos. Misturamos até obtermos uma mistura macia e de cor uniforme. Escorremos a gelatina e derretemos no micro-ondas durante alguns segundos. Juntamos ao preparado anterior, mexendo bem para incorporar. Deixamos arrefecer um pouco. Dividimos o preparado pelas formas onde já se encontra a gelatina de tangerina. Levamos ao frigorífico a solidificar, durante pelo menos cinco horas. O melhor é deixarmos no frigorífico de um dia para o outro.
250ml de água quente
4 colheres de sopa de açúcar
15g de gelatina neutra em pó (1 saqueta e meia)
Espremer as tangerinas até obter 450ml de sumo. Coar o sumo através de um pano fino ou filtro. Num tacho colocar a água e p açúcar e levar ao lume até ferver, durante 1 a 2 minutos ou até o açúcar dissolver completamente. Retirar do lume. Juntar a mistura fervida quente ao sumo de tangerina com a gelatina neutra dissolvida. Mexemos bem. Dividimos o preparado em diversas formas. Levamos ao frigorífico a solidificar (mais ou menos três horas).
Ingredientes para a Panna Cotta de Chocolate
200g de natas
150ml de leite meio gordo
Chocolate de culinária 100g
2 colheres de sopa de açúcar
4 folhas de gelatina
Raspa inteira de duas tangerinas
Colocamos as folhas de gelatina a amolecer numa taça com água. Num tacho misturamos as natas, o leite, o açúcar e as raspas inteiras de tangerina. Levamos ao lume até o açúcar se dissolver por completo. Não deixamos ferver. Retiramos do lume e juntamos o chocolate partido em pedacinhos. Misturamos até obtermos uma mistura macia e de cor uniforme. Escorremos a gelatina e derretemos no micro-ondas durante alguns segundos. Juntamos ao preparado anterior, mexendo bem para incorporar. Deixamos arrefecer um pouco. Dividimos o preparado pelas formas onde já se encontra a gelatina de tangerina. Levamos ao frigorífico a solidificar, durante pelo menos cinco horas. O melhor é deixarmos no frigorífico de um dia para o outro.
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