O meu campo

Passaram três anos desde que saí do meu campo. Três anos que parecem uma eternidade, tendo em conta que a minha alma sempre se habituou a respirar natureza no seu dia-a-dia. Já aqui falei desta experiência várias vezes, porque de facto têm sido anos marcantes e de muitas mudanças. Por um lado tenho saudades dos meus cães, dos cheiros campestres, do jardim como extensão dos meus dias. Mas por outro lado, em três anos sinto que já se entranhou na minha pele um certo conforto citadino que me permite não pegar no carro durante a semana ou a almoçar em casa todos os dias. Nem sempre é fácil encontrar o equilíbrio nesta dicotomia.




Por isso, ficou decidido quando virei "princesa" urbana, que todos os fins-de-semana me iria perder entre sebes, lameiros e caminhadas rurais. Isso era imperativo. Ainda hoje, sinto que nesses instantes em que regresso ao meu habitat natural, viro pulmão de ar puro e pulsar verde. Nessas alturas, impinjo à alma um restart revigorante. Foi num desses momentos que senti o chamamento que me inspirou a desafiar a família a deitar mãos à terra, literalmente, e a renovar uma parte do meu campo que estava ligeiramente ao abandono. O desafio começou há cerca de um ano. Ainda há muito caminho para trilhar neste desafio. Deixo-me para já encantar com o jasmim que já floriu, a roseira quer já quase dá a volta ao arco colocado ao cima das escadas, com o limonete que cresceu e as árvores de fruto que começam a dar as primeiras folhas e flores. Estou muito grata por o pouco que já conseguimos e grata por confiar na mãe natureza.























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