Na Páscoa, os meus pais voltaram a reunir a família. Quase trinta pessoas. Não sei como conseguem. Acordam cedo (e quando eu digo cedo, é mesmo cedo), preparar tudo, desde o espaço, à comida, às diversões. Sei que sou suspeita, mas os meus pais têm muita fibra. São sempre eles que juntam a família assim em convívio, adoram ter a casa cheia. Não se importam das horas que passam a preparar tudo e do cansaço que acumulam. Quem corre por gosto não cansa, certo? Acho que até ganham vida com estas celebrações em família.
E sabem que mais, esta Páscoa foi um momento muito bonito. Tivemos tantas gerações sentadas à mesma mesa. O que gerou diferentes discussões. Sobre o tempo, sobre a segurança, sobre o mercado de trabalho, sobre o meio ambiente. Deu para perceber que há coisas que nunca mudam. Como o discurso dos mais velhos sobre o facto de as gerações jovens estarem “perdidas”. Deu para perceber também que as gerações mais novas (na qual me incluo) continuam a detestar ouvir estas coisas e a descordar completamente. O avô materno fez questão de cantar os seus já conhecidos (e repetidos) fados. O avô paterno puxos as gargalhadas com as histórias das suas façanhas malandras.
A minha mãe e a minha irmãzita prepararam algo diferente. Um Bingo para toda a família. Se há jogo de tabuleiro que consegue reunir gerações distintas é o Bingo Até os avós, já na casa dos oitenta, jogaram. Foi um momento tão, mas tão divertido. Ao qual se seguiu um campeonato de Jogo da Malha. Conhecem? É um jogo tradicional, que atualmente só os "cotas" costumam jogar. Porém, cá em casa até os mais novos ficaram com curiosidade e fizeram equipas para tentar derrotar os mais velhos. Rimo-nos tanto, todos em conjunto, como se o planeta tivesse apenas uma forte gargalhada.
A irmazita foi a fotógrafa de serviço. Captou tudo, inclusise as minhas "tristes" figuras de vestidinho e sapatinho branco a jogar em terra batida e a rodopiar na falta de jeito. Registou a satisfação das primas que jogaram à malha pela primeira vez. Eternizou o sorriso dos avôs que assistiram, jogaram e ainda deram palpites
Organizar um almoço em família, sinceramente é isto. A comida em si é apenas uma desculpa, uma forma de conseguir reunir a amília. Porque depois, o que realmente importa são as memórias que criamos em conjunto.
E sabem que mais? Esta Tarte de Citrinos que fiz para o buffet de sobremesas, não chegou nem aos calcanhares destes momentos. A Páscoa de 2019 vai ficar guardada para sempre no meu coração. Foi especial, foi luminosa.
Tarte de Citrinos
Tempo de preparação: 90 min. aprox.
Dificuldade: Moderada
Quantidades: 15 fatias
Ingredientes para a massa areada:
(Adaptada do livro Receitas - Tipos de Massa e Outras, de Rosa Cardoso, do blogue Be Nice Make a Cake)
250g de farinha sem fermento
125g de açúcar
125g de manteiga em cubos (fria)
1 ovo
Ingredientes para o recheio:
350ml de leite condensado
3 gemas
1 ovo inteiro
Sumo de 1 laranja média
Sumo de 1 limão médio
Modo de Preparação:
Num processador de cozinha, colocamos todos os ingredientes, menos o ovo. Picamos até obtermos uma consistência areada. Adicionamos o ovo, lentamente até obtermos uma bola uniforme. Envolvemos a massa em película aderente e levamos ao frio durante 30 minutos. Numa bancada enfarinhada, esticamos a massa com a ajuda do rolo de cozinha, até esta ficar com uma espessura de 5mm, aproximadamente. Forramos a tarteira. Picamos o fundo com um garfo. Reservamos.
De seguida preparamos o recheio. Numa taça juntamos o leite condensado com as gemas e batemos bem com uma vara de arames, até as gemas incorporarem bem no leite condensado. Adicionamos o ovo inteiro e voltamos a bater bem. Juntamos o sumo de laranja e do limão. Mexemos novamente.
Vertemos a mistura na tarteira previamente forrada com a massa. Levamos ao forno a 160.Cº durante cerca de 40 minutos.
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