Palmiers Doces de Framboesa e Mirtilo

Há um ano, os dias já eram passados em casa, à frente do computador, em modo teletrabalho e em modo refresh da página do Jornal Público dedicada à COVID. As notícias, as estatísticas, as incertezas pairavam no ar como se estivéssemos a viver uma realidade alternativa. Se isto era o futuro, ondem estavam os carros voadores apregoados em tantos filmes de ficção científica? Senti-me enganada. Foram semanas a fazer piadas em modo nervosinho só para afastar as apreensões de quem me ligava com o coração nas mãos.

As dúvidas cresciam à medida que mais se descobria sobre o vírus numa matemática injusta a que cada subtração se somava mais dor e tristeza. O marido era despedido. A realidade era esta. Uma realidade que tirou sem aviso o chão de debaixo dos pés a tanta gente.


O confinamento era uma realidade, dura, inesperada, difícil. Uma aprendizagem constante, vivida entre directos, reuniões zoom, visitas constantes à cozinha, quilos a mais, descanso a menos e opiniões contraditórias dos especialistas.

Um ano depois, entramos todos em modo desconfinamento, às pinguinhas. Palavra que me lembra sempre o meu professor de história preferido que no primeiro dia de aula gritou a alto e bom som que não tolerava que entrássemos às pinguinhas na sala de aula. Hoje para além de tolerância, temos também de iniciar esta nova fase com uma dose redobrada de esperança.

Deposito muita fé na ciência. Já temos vacina, já desenvolvemos mais conhecimento, já conhecemos mais formas de nos protegermos. Mas como alguém também um dia disse: Fiem-se na Virgem e não corram. Que neste caso é como quem diz, não interessa confiar na ciência se depois não formos responsáveis.
Vamos ser conscientes e encarar este desconfinamento com comportamentos cívicos, respeitando as medidas, respeitando as fragilidades de cada um e apoiando sempre quem precisa de recuperar o chão para viver.

Da minha parte continuarei a chegar aos outros através do ecrã. O mesmo que de vez em quando abandona uma reunião virtual, em modo rebeldia, e viaja até às Maldivas. Onde muitas vezes me sento a comer estes Plamiers, com uma bela taça de fruta, depositada numa bandeja a flutuar numa piscina infinita. Que essta mer&%* de vírus nos tire muita coisa, mas nunca a capacidade de sonhar novos e calorosos mundos.

Palmiers Doces de Framboesae Mirtilo

(Inspirada numa receita do blogue Ananás e Hortelã)

Tempo de preparação: 25 min. aprox.
Dificuldade: Super fácil
Quantidades: +/- 20 palmiers

Ingredientes:

1 embalagem de massa folhada rectangular
75 gr de açúcar refinado
2 colheres de chá de pó de fruta de framboesa D.Aguião
2 colheres de chá de pó de fruta de mirtilo D.Aguião

Modo de Preparação:

Pré-aquecemos o forno a 180ºC.
Numa taça juntamos o açúcar, o pó de framboesa e o pó de mirtilo. Reservamos.
Desenrolamos a massa folhada.
Espalhamos a mistura do açúcar e pó de frutas em cima da massa.
Passamos o rolo da massa para que esta misture fique bem entranhada na massa.
Viramos a massa e repetimos o processo.
Enrolamos as pontas da massa de cada lado até ao centro, formando dois rolinhos.
Cortamos as fatias com cerca de 1cm.
Colocamos cada palmier num tabuleiro forrado com papel vegetal.
Levamos ao forno durante cerca de 12 a 15 minutos, até ficarem bem dourados.
Retirar para cima de uma rede e deixar arrefecer.


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