Em Janeiro, partilhei convosco no instagram, uma data muito especial
para mim. A data em que assinalei três anos a viver no campo. A data do meu
regresso às raízes e à rua que me viu nascer. Como devem estar carecas de saber
(porque eu farto-me de repetir isto com gosto), é o verde que me alimenta a
alma e inspira todos os dias. Apesar de ter gostado da vida cosmopolita e do
que ela pode oferecer, sinto que o campo é a minha verdadeira casa e não me
imagino a viver noutro sítio. Claro que não sei o dia de amanhã, e nem vale a
pena pensar muito nisso, mas é em ambiente rural que me sinto em paz e em
serenidade.
Há uns tempos, tendo em conta este meu discurso de paixão pelo verde,
pediram-me para identificar o que realmente me faz feliz na vida rural? Para
responder a esta pergunta, dei por mim a partilhar parte da minha rotina. De
manhã acordo, desço até ao sofá da cãomiúda, enroscamo-nos as duas em mimos,
passamos para o pequeno-almoço dela (um stick daqueles para limpar os
dentinhos) que é degustado ao ar livre, enquanto eu faço a ronda pela
micro-horta. Arranco uma ervita ou outra, dou uma espreitadela nos estragos provocados
pelas lesmas (não me consigo mesmo livrar delas) e sinto o tempo. Em conjunto,
cumprimentamos os pássaros, os vizinhos que passam e sentimos as estações como
elas são.
Quando o padeiro de venda ambulante buzina, já sei que está na hora de
me despachar. Não preciso de relógios. Tomo o pequeno-almoço com o abrunheiro
do vizinho a tocar a janela e os pardais, nos seus ramos, ansiosamente à espera
de migalhas que irei sacudir com a toalha do pequeno-almoço. Quando chego à
noite, os pardais já estão a dormir, mas a cauda da Cãomiúda rodopia numa
existência feliz. Nesses instantes, voltamos, quais duas melhores amigas, a
respirar ar puro. Nesses instantes do meu dia-a-dia, sinto a sorte de viver
nesta simplicidade da vida campestre.
Se é tudo cor-de-rosa ou melhor se é tudo revestido de um verde
cintilante? Não. Mas garanto-vos a simplicidade que se sente convida a aprender
a apreciar os pormenores que fazem a vida ser bem mais interessante
Para celebrar esta data especial, decidi preparar um bolinho todo ele
inspirado no campo, na vida rústica, no que a terra tem para oferecer. E
sinceramente, acho que o resultado final combina muito bem com o que acabei de
descrever atrás.
Bolo Rústico de Citrinos com cobertura de Creme Mascarpone
Tempo de preparação: 50 min. aprox.
Dificuldade: Fácil
Quantidades: 12 fatias (+/-)
Dificuldade: Fácil
Quantidades: 12 fatias (+/-)
Ingredientes Bolo:
5 ovos
200g de açúcar
300g de farinha
200ml de sumo de laranja
2 colheres de chá de fermento
Raspa de 1 limão e de 1 laranja
Ingredientes Creme:
250g de mascarpone
75g de açúcar em pó
50ml de natas
Modo de Preparação:
Pré-aquecemos o forno a 160ºC. Batemos os ovos com o açúcar com a ajuda
de uma batedeira eléctrica, até os ovos dobrarem de tamanho e obtermos um creme
fofo. Adicionamos a raspa de limão e de laranja. Incorporamos. Peneiramos
metade da farinha para dentro deste preparado, mexemos bem. Juntamos metade do
sumo de laranja. Peneiramos a restante farinha para dentro da taça e voltamos a
envolver uniformemente. Por fim, adicionamos o restante sumo de laranja e as
duas colheres de fermento. Vertemos a massa numa forma previamente untada com
manteiga e polvilhada com farinha. Levamos ao forno cerca de 35 minutos. No meu
caso, deixei que o centro ficasse meio húmido, mas se quiserem bem cozido basta
deixar no forno até que o bolo fique totalmente firme e dourado. Deixamos
arrefecer na forma durante cerca de 10 minutos. De seguida, desenformamos para
uma rede de arrefecimento. Deixamos arrefecer completamente e só depois podemos
cobrir com o creme. Para prepararmos o creme, basta bater o marcarpone com o açúcar.
Juntamos as natas e continuamos a bater até que fique bem espesso.
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