Se leram o post anterior, perceberam
que o Reservatório de Sensações chegou aos dez anos de idade. E
devem ter reparado como só agora me tenho apercebido (talvez só agora por
medir o tempo que 10 anos representam) de como este meu espaço
virtual tem sido uma companhia na minha vida. Apareceu na montanha
russa emocional que a década dos 20 pode representar, quando me
esforçava por compreender o mercado de trabalho, assegurar o meu
primeiro emprego, me envolvia amorosamente para a vida, lutava pela
independência económica e batalhava numa série de incertezas e
dúvidas pessoais. Apareceu e foi ficando, ganhando forma. Não
imaginam as vezes que atirei para o ar: Vou desistir. Ou: Chega de
escrever parvoíces na internet. Ou até: Para que é que serve ter
um blogue se ninguém o lê.
Hoje em dia, vivemos na era dourada dos
blogues, de como fazer carreira enquanto Influenciador. Mas a verdade
é que o RS nunca nasceu sob a égide de um conceito, sob o projeto
com plano de negócios associados, sob a forma de investimento para a
vida. Apareceu para dar resposta a uma necessidade muito pessoal.
Escrever. Escrever sem regras, sem normas, sem direcções fechadas,
apenas respeitando as sensações do que vem, do que vai e do que
fica da passagem dos dias. Comecei por ter dois leitores assíduos: o
meu na altura namorado (agora marido) e a minha mãe. Ainda hoje,
acreditam, a minha mãe me liga se encontra erros nos meus posts
(enquanto lêem este post provavelmente já recebi mais uma chamada). Com o tempo foram aparecendo mais pessoas e
eu sempre a esconder a minha identidade. Para além de achar que o
blogue podia ser o meu refúgio criativo, sentia também que
estávamos no início dos blogues em Portugal, e que quem escrevia
nesta plataforma não era levada a sério.
Agora o cenário é outro. Segundo alguns livros que tenho lido e algumas estatísticas que tenho analisado, os influenciadores têm cada vez mais peso na sociedade em geral, nas decisões que são tomadas pela comunidade em geral, na divulgação de marcas. Portanto hoje em dia, os blogues que vão aparecendo, na sua maioria, já nas cem com esta intenção de influenciar, de angariar o maior número de viewrs, chegar ao maior número de marcas, estar sempre no top dos tops. A pressão é muita para quem quer de facto assumir o papel de influenciador, mas também para quem pretende apenas manter um blog de pequena escala e não ser completamente abafado no ruído que é cada vez mais a internet. Para ser lido é necessário estar constantemente a actualizar todo o género de redes sociais (blog, facebook, instagram, pinterest, blogvin, twitter, etc...), para além de atualizar é preciso optimizar todos estes conteúdos, seguir tendências, algoritmos, modas, padrões generalizados, conhecer as milhentas mudanças de ferramentas nas redes sociais. Uma luta diária que muitas vezes obscurece a real razão porque um blogue é criado.
O meu blogue tem pouquíssimas visualizações (tendo em conta os números de grandes bloguers) e confesso que às vezes sinto essa pressão, ser mais actualizada, correr mais atrás de eventos, de marcas, de viewrs, de me manter na crista da onda. No entanto, depois reflicto. No meu caso nunca quis correr atrás de algoritmos ou tendências. Não quer dizer que não simpatize com algumas modas, não quer dizer que não goste do mesmo que milhões de pessoas gostam, não quer dizer que não queira ser lida. Sabe bem ser lida e receber o feedback das pessoas. Sabe bem todas as pessoas de bem que se têm aproximado do Reservatório de Sensações (agradeço muito mesmo muito tudo o que tenho aprendido convosco). Mas o que eu quis sempre com este cantinho foi ser honesta, honesta nos sentimentos, nos textos e nas receitas que partilho. E julgo que é nisso que me quero concentrar, não quero que a pressão de conseguir ser lida mate a minha criatividade, a minha paixão por manter este espaço. Quero continuar a ser eu, com todas as mudanças, inspirações e coisas boas e más que os anos vão trazendo. Quero continuar a ter as pessoas de bem que "me visitam", que me ligam, que me escrevem e me dão o seu feedback à conta do Reservatório. Quero continuar a fazer o que gosto (sem pressões).
O meu blogue tem pouquíssimas visualizações (tendo em conta os números de grandes bloguers) e confesso que às vezes sinto essa pressão, ser mais actualizada, correr mais atrás de eventos, de marcas, de viewrs, de me manter na crista da onda. No entanto, depois reflicto. No meu caso nunca quis correr atrás de algoritmos ou tendências. Não quer dizer que não simpatize com algumas modas, não quer dizer que não goste do mesmo que milhões de pessoas gostam, não quer dizer que não queira ser lida. Sabe bem ser lida e receber o feedback das pessoas. Sabe bem todas as pessoas de bem que se têm aproximado do Reservatório de Sensações (agradeço muito mesmo muito tudo o que tenho aprendido convosco). Mas o que eu quis sempre com este cantinho foi ser honesta, honesta nos sentimentos, nos textos e nas receitas que partilho. E julgo que é nisso que me quero concentrar, não quero que a pressão de conseguir ser lida mate a minha criatividade, a minha paixão por manter este espaço. Quero continuar a ser eu, com todas as mudanças, inspirações e coisas boas e más que os anos vão trazendo. Quero continuar a ter as pessoas de bem que "me visitam", que me ligam, que me escrevem e me dão o seu feedback à conta do Reservatório. Quero continuar a fazer o que gosto (sem pressões).
Panquecas Decadentes de Chocolate
Ingredientes para as Panquecas
200g de farinha com fermento
1 chávena de chá de chocolate em pó
50g de açúcar em pó
3 ovos
2,5 dl de leite (à temperatura natural)
Ingredientes para o Molho de Chocolate
300g de chocolate negro grosseiramente partido
6 colheres de sopa de leite
Raspa de uma laranja
1 dl de natas
30g de manteiga
Misturamos a farinha com o chocolate. Noutra taça colocamos o açúcar e as gemas. Mexemos bem. Juntamos a farinha com o chocolate na mistura das gemas. Adicionamos o leite aos poucos à medida que mexemos até obtermos uma massa homogénea. À parte batemos as claras em castelo e envolvemo-las, sem bater, no preparado anterior. Pincelamos uma frigideira anti-aderente com manteiga. Vertemos uma porção de massa na frigideira. Fritamos durante uns minutos até que a massa comece a ficar firme. Soltamos a panqueca e com uma espátula viramo-la. Continuamos a cozinhar até ambos os lados ficarem firmes. Repetimos o processo até esgotarmos a massa. Para o creme, partimos o chocolate em pedaços, juntamos as natas, o leite, as rapas de laranja e a manteiga. Levamos ao lume me banho-maria. Mexemos até obtermos um creme homogéneo. Vertemos sobre as panquecas. Podemos ainda acompanhar com frutos vermelhos.
8 comentários
A mim parece-me tudo muito bem. O texto, o desabafo e a receita! Obrigada pela partilha inspiradora!
Olá Cristina,
obrigada pelo seu comentário. Fico feliz que tenha gostado do "pacote". Um beijinho grande :)
Olá Ana!
Continuo no clube de fãs deste espaço... principalmente pelos motivos que enuncias acima: simplicidade, honestidade e bons conteúdos! Estou farta de blogs que são verdadeiros catálogos das marcas e confesso que o teu está no meu top 3 dos que lançam posts e eu vou a correr ler com prazer ^^
Espero que continue por mais 10 anos (pelo menos!).
Um beijinho,
annie
(www.annieskitchen.pt)
Perdi a conta aos anos que te leio, mas considero-me assídua na tua não assiduidade :)
Parabéns pelos 10 anos!
Não ceder a pressões e cair em tentações parece-me uma excelente resolução. Beijinho L
Olá Lúcia (Guida), obrigada pelo teu comentário. Sabes que tens sido muito importante ao longo dos anos para o Reservatório de Sensações, não sabes? Um beijinho grande!
Raquel, minha querida Raquel, obrigada pelo teu carinho. Um beijinho grande
Annie, obrigada pelo comentário. Fico tão contente que estejas desse lado. Já te disse que sou super mega fã, super dos teus bolos mega lindos? Um dia destes combinamos eu tirar umas fotos às tuas obras de arte. É que eu gostaria muito :)
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