Super cookies para pessoas madrugadoras

Sempre fui madrugadora. Não, não nasci assim, nem se trata de genética, mas lembro-me que as circunstâncias me ensinaram a acordar com o dia, a senti-lo desde o seu verdadeiro início, desde o primeiro raiar de sol. O lema Deitar cedo e cedo erguer sempre fez sentido para mim e era ouvido vezes sem conta em minha casa. Claro, que havia um quê de birra em acordar às 6h00. Os meus pais tinham de me vestir ainda em estado mais ou menos sonâmbulo. No entanto, esta era uma fase muito passageira, que dava lugar a uma boa disposição inabalável, a uma energia genuína, que aí sim virava humor contagiante. Porque de facto não há nada melhor do que aproveitar o dia na sua totalidade, de saber que o dia vai ser comprido e que vai dar para sonhar, mas também para concretizar esses sonhos. Porque de facto é bastante pacificador e relaxante despontar para o dia em equilíbrio com o resto dos elementos que também vão ganhando vida. E foram tantos os dias que vi nascer sentada no terraço dos meus avós, com vista privilegiada para a Serra da Estrela.



Nos últimos tempos, a sociedade e as suas circunstâncias ensinaram-me o oposto. Devo viver durante a noite e esquecer essa coisa de ser madrugadora. Fui indo com a corrente e nem me apercebi das implicações que isto traz. Trabalhar até tarde, às vezes durante a noite, implica que a manhã comece tarde, implica que o humor matinal se torne cinzentão, implica um acordar cansado, implica não ter tempo durante o dia para por os sonhos em marcha, implica coisas simples e ridículas como chatear-me com os pássaros que assobiam serenatas à minha janela às 7h00, implica odiar o sol que me entra pelas janelas pouco depois das 6h50, implica estar desalinhada com tudo o que é natural e que respeita o seu ciclo biológico. O que custa mais é saber que com estes ensinamentos modernos, caminho a passo largos para me transformar naquelas pessoas que eu não quero ser, aquelas que me brindam de manhã com má disposição e tiram o tapete da energia positiva debaixo dos meus pés. Por isso, tenho feito um esforço para pelo menos aos fins-de-semana ou folgas procurar esse equilíbrio. Voltar ao lema Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. Voltar a acordar para o dia com a genica mental necessária para inspirar os outros. Porque apesar de hoje em dia não ter um terraço virado para a Serra da Estrela, tenho uma janela enorme adorada pelos pássaros citadinos, na qual o sol quando brilha entra com vontade e que serve de cenário perfeito a pequenos-almoços demorados, nos quais o despontar da vida ganha novos significados.


Ingredientes
225gr de manteiga
350gr de açúcar amarelo
2 ovos
1/2 colher de essência de baunilha
2 colheres de sopa de chocolate em pó
500gr de farinha sem fermento
2 1/2 colheres de chá de bicarbonato de soda
100gr de chocolate preto, grosseiramente picado

Aquecemos previamente o forno a 170ºC. Colocamos a manteiga e o açúcar num batedeira e batemos até obter uma mistura bem cremosa e fofa. Juntamos os ovos, batendo sempre. A cada adição raspamos as paredes da taça da batedeira com uma espátula de borracha. Colocamos a batedeira na velocidade mais baixa e juntamos a essência de baunilha e o chocolate em pó. Misturamos bem até obtermos uma massa bem consistente. Juntamos o chocolate preto. Dividimos a massa em porpões razoáveis por tabuleiros devidamente preparados. Devemo-nos certificar que os biscoitos têm algum espaço entre eles de modo a poderem crescer enquanto cozem. Levamos ao forno durante 10 minutos, ou até ficarem com uma cor acastanhada no rebordo. Deixamos arrefecer um pouco no tabuleiro e depois transferimos para uma grelha de arrefecimento.




2 comentários

inês do crasto disse...

Como compreendo esse desalinhar do sistema que resulta de viver em jetlag biológico permanente! Eu sou o oposto... gosto de acordar cedo, mas acordar antes do nascer do sol deixa-me mole e muito pouco produtiva o resto do dia. Gosto de acordar cedo e sou muito activa logo de manha, mas entre as 7 e as 9! Por outro lado sempre adorei ficar acordada noite dentro e foi um alívio sair de casa dos meus pais e finalmente poder gastar a energia acumulada seja às nove da noite, seja à uma da manha. Talvez os anos me facam mudar de ideias, visto que os meus olhos ja comecam a fraquejar!
Mas vamos ao que interessa! Gostei muito destas bolachinhas e embora nao seja madrugadora... posso roubar uma?
Beijinhos e bom fim de semana!

Ana disse...

Olá Inês, obrigada pelo simpático comentário :) Estás à vontade para roubares as bolachinhas que quiseres :) Um beijinho. Boa semana!