Cozinhar com e por amor. Talvez seja dos mais prazenteiros exercícios à
face da terra. Quantos de nós guardam no leque de melhores sensações, aquelas
memórias de quando iam para a cozinha com os avós ou com os pais quando eram
mais pequenos?
As recordações que guardo com mais carinho aconteceram na cozinha dos
meus avós maternos. Não me lembro de cozinhar com a minha avó. Tirando a
desajuda que lhe dava quando ela confeccionava bolos e eu fazia birra porque
queria lamber os fundilhos da taça. Mas recordo o quão prática era aquela
mulher na cozinha.
Agricultora com orgulho e jeito, mãe de quatro filhos, esposa,
avó…cozinhar era para ela mais uma tarefa de cuidar da família, de assegurar a
sua subsistência. Sem grandes artificialismos, sem comidas muito elaboradas,
mas com a assertividade certeira de quem sabia que não podia faltar comida aos
seus.
Convenhamos, não será o acto de alimentar uma família inteira um dos
verdadeiros gestos de amor e cuidado? Eu acredito que sim. Acredito que ela o
fazia por amor e carinho. Mesmo nos dias em que a saúde não abonava ou o
cansaço excedia. E mesmo com a sua veia prática, ela conseguia sempre surpreender.
Batatas fritas e ovos estrelados. Sei que este deve ser o prato preferido de
muitas crianças. Mas para mim, este manjar tem uma bela história. Quando andava
no 2º ciclo de ensino, nos dias em que saia da escola e ainda ia almoçar a
casa, a minha avó preparava-me sempre esta pequena delícia. Ela cronometrava
perfeitamente o tempo para que assim que eu abria a porta de casa, ela
estivesse a tirar as batatas da frigideira. Já para não falar do ovo estrelado,
com ovos acabados de sair da capoeira. Eu
deliciava-me, com comida quente, deliciosa, natural, simples.
Ainda hoje,
quando preciso de confortar a alma, peço ao meu marido uns ovos estrelados. Nesses
momentos, volto a sentir aquela sensação de cuidado, de amor, de bem-estar. Volto
a sentir a mão dela sob a minha cabeça, a acalmar os meus pensamentos sempre
frenéticos.
Mas da minha avó e da sua cozinha não relembro apenas o sentido de
tomar conta dos outros. Recordo também a cozinha como meio de ajuntamento
social e convívio.
Na “arranca da batata”, depois do cansaço que este exercício
acarreta, havia sempre a merenda com direito a petiscos. Da matança do porco,
fica-me na memória o pica pau que era preparado na hora e para o qual apareciam
sempre pessoas a mais. Nos aniversários, era imperioso colocar lugares extra,
para quem aparecesse. Nos últimos tempos pedia-me sempre para fazer os bolos de
aniversários, dela ou do meu avô. Lamento muito que o último bolo que lhe fiz
tenha corrido tão mal. Mas ela sabe que o que lhe faltava em sabor, sobrava em
amor. Lembro que um dos dos meus bolos
que ela mais gostou foi o Bolo de Cenoura. Sem cobertura, que um bolo quer-se
seco, dizia ela. Porque era o que ela gostava.
Há um ano a minha avó faleceu. Parece que foi ontem, tal o vazio sem
explicação que todos na família sentimos. Mas ela deixou-nos esta lição: Cozinhar
com e por amor, pode sempre unir uma família.
(Inspiradas numa receita do livro
Confeitaria Hummingbird)
Tempo de preparação: 60
min. aprox.
Dificuldade: Fácil
Quantidades: 12 fatias
Dificuldade: Fácil
Quantidades: 12 fatias
Ingredientes Bolo:
170gde cenoura ralada
2 ovos grandes
100g de açúcar amarelo
100g de óleo de girassol puro
180ml de sumo de laranja
280g de farinha sem fermento
1 colher de chá de fermento
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de noz moscada
1 colher de chá de canela
1 colher de chá de gengibre
Ingredientes Cobertura:
250g de queijo creme tipo Philadelphia
4 colheres de sopa de açúcar em pó
2 colheres de sopa de chocolate em pó
Modo de Preparação do Bolo:
Pré-aquecemos o forno a 170ºC. Misturamos o açúcar, os ovos e o óleo
com a ajuda de uma batedeira elétrica. Batemos a que todos os ingredientes
fiquem bem ligados. Adicionamos também o sumo de laranja. Juntamos lentamente a
farinha, o bicarbonato de sódio, o fermento e as especiarias. Continuamos a
bater até que todos os ingredientes fiquem bem incorporados. Manualmente,
misturamos a cenoura ralada até que fique bem distribuída pela massa. Vertemos
a mistura na forma previamente untada. Alisamos com uma espátula. Levamos ao
forno, durante 35 minutos, ou até que o bolo fique fofo mas firme ao toque.
Deixamos arrefecer durante uns minutos. Transferimos para uma rede de
arrefecimento. Quando o bolo estiver frio, cobrimos com a cobertura de Queijo
Creme.
Modo de Preparação da Cobertura:
Batemos o queijo creme com o açúcar e com o chocolate, com a ajuda de
uma batedeira eléctrica, na velocidade média, até que a mistura fique bem
ligada. Batemos mais ou menos três minutos.
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