Vegan Banana Bread

Bananas maduras e pão. São os ingredientes de uma das sandes que a minha mãe recorda com saudades da sua infância. Sentada na mercearia da sua tia, no Bairro de Alfama, a minha mãe passava as tardes a deliciar-se com as bananas maduras que já não podiam ser vendidas. Fazia sandes e preenchia com gosto os seus lanches. 

A primeira vez que a minha mãe me contou esta história, não consegui evitar um sonoro blhaccc. Bananas maduras são para mim motivo de olhar desdenhoso, não gosto do cheiro e muito menos da textura. Porque para mim, as bananas têm de ser degustadas o mais verde possíveis, ainda com um ligeiro acre que se entranha na língua. Muita gente também deve estar a dizer blhaccc enquanto lê isto. Gostos. E gostos não se discutem, certo?

Portanto, para além de desgostar de bananas maduras, cozinhar bananas é outra das ações que não entendo. As bananas são boas ao natural, quanto muito trituradas num batido (sem leite) ou esmagadas com um bocadinho de sumo de laranja. E mesmo isso, muitas vezes, sinto que estou a esticar a corda dos menus possíveis com esta fruta.

Mas cá em casa têm-se acumulado as bananas maduras. E como estamos em cenário de pandemia, não recebo as visitas da mãe, logo ninguém atira o dente com gosto àquelas barras amarelecidas, já com aspecto de nódoa negra após dias de amasso contra outras frutas. 

E este fim-de-semana, perante o quase inevitável desperdício de mais duas ou três bananas, sofri um ultimato por parte do marido. “Não se pode desperdiçar comida. Se é para isto, não se compram mais bananas”. Como assim não se compram mais bananas?!!! Uma das melhores frutas à face da terra, desde que comida verde, a fruta que me dá energia todos os dias???!!! Estou a brincar, mas ele tinha e tem razão. Temos feito esforços para evitar ao máximo desperdiçar comida, mas ainda não tinha encontrado uma solução para as bananas maduras.

Decidi voltar a dar uma esperança ao Banana Bread. Pão de banana?!! Pois, tem sido uma tendência na internet há anos, e ganhou um novo protagonismo em tempo de quarentena. Toda a gente tem produzido os mais variados e diferentes Banana Bread. As fotos são sempre magnificas e apetitosas. Lembro-me que experimentei uma vez uma receita, na altura gostei, mas não ao ponto de voltar a experimentar. Contudo, depois do ultimato do marido, inspirei-me numa receita vegan do Baked the Blog e cheguei a um resultado muito bom, muito agradável de comer e nada enjoativo. Fiquei surpreendida. Não estava à espera de ficar fã como fiquei. E já me imagino a fazer mais Banana Breads nos próximos tempos. Quem sabe, um dia a minha iguaria preferia não será uma sandes de banana madura?

Vegan Banana Bread

(Inspirado numa receita do Baked the Blog)

Tempo de preparação: 80 min. aprox.
Dificuldade: Fácil
Quantidades: 12 fatias

Ingredientes:

3 bananas maduras

4 colheres de sopa de azeite

3 colheres de sopa de bebida de soja

100g de açúcar amarelo

1 colher de sopa de chocolate em pó

350g de farinha de espelta

1 colher de chá de fermento

½ colher de chá de bicarbonato de sódio

1 colher de chá de canela em pó

1 colher de chá de gengibre em pó

1 colher de chá de noz moscada em pó

Frutos secos a gosto e sementes de abóbora q.b.

Modo de preparação:

Pre-aquecemos o forno a 180Cº e preparamos uma forma de bolo inglês. Numa tigela grande esmagamos as bananas com a ajuda de um garfo, até obtermos uma mistura suave e sem grumos. Adicionamos o azeite, o açúcar, a bebida de sojae o chocolate em pó. Mexemos bem até todos os ingredientes ficarem bem incorporados.  Peneiramos a farinha, o fermento, o bicarbonato e as especiarias para dentro da tigela. Misturamos bem. Vertemos na forma. Por cima colocamos as sementes de abóbora e os frutos secos picados. Levamos ao forno durante cerca de 60 minutos. Retiramos do forno. Deixamos arrefecer durante 10 minutos dentro da forma, retiramos para cima de uma rede de arrefecimento. Aguenta até quatro dias, bem acondicionado.

Nota - Nas fotos parece que o Banana Bread está queimado, mas não está. Infelizmente, o meu forno não está a conseguir ter emitir um calor uniforme e nem sempre o aspecto fica o indicado.Mas como vêem ele por dentro está perfeito.