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Pergunto-me quantas vezes desapareço por dia? No café, onde uma multidão de conhecidos troca inconfidências no corrupio ensurdecedor de mais um dia de trabalho. Na rua, caminhando com um anónimo sem face. Nas horas em que sou afastada do conforto do lar. Nas conversas infrutíferas e corriqueiras estabelecidas em ocasiões sociais não menos infecundas. ETC. Será possível quantificar? É triste, quando a sensação de aperto no peito irrompe na ausência de quem já perdeu a paciência o ser e a alma. Será, realmente, possível desaparecer sem deixarmos de ser vistos?

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