Escrevo este texto depois de duas horas a olhar para a folha branca do word. Um desperdício de tempo, que é coisa que não abona deste lado. Queria muito transpor para o “papel” o rebuliço que vai cá dentro, a bipolaridade de sensações que ora aquece ou enregela a minha alma. Tem sido difícil escrever no blogue, de transpor com realidade os sentimentos que carrego nestes últimos tempos. Eu que sempre trabalhei com palavras, que fiz do word o melhor amigo, sinto um vazio de significados para tantas coisas que têm vindo a acontecer desde 2019.
Há cerca de dez anos (mais coisa menos coisa) fui júri num concurso de curtas-metragens. Para além de uma curta sobre os atentados terroristas de Madrid, que me sensibilizou muito, lembro-me que a segunda curta que me arrebatou foi sobre o silêncio. Sobre uma rapariga, colaboradora num Call Center, sociável, com um bom grupo de amigos, um companheiro, que de um dia para o outro assoberbada com a frenética comunicação diária perde a vontade de falar. Como se de um momento para o outro as palavras, a efemeridade da mensagem deixassem de fazer sentido para ela. A curta desenrola-se com as pessoas à volta dela num esforço doloroso, à procura de uma solução, de palavras, de sons, de um discurso. Só que o silêncio impera até ao fim.
Há cerca de dez anos (mais coisa menos coisa) fui júri num concurso de curtas-metragens. Para além de uma curta sobre os atentados terroristas de Madrid, que me sensibilizou muito, lembro-me que a segunda curta que me arrebatou foi sobre o silêncio. Sobre uma rapariga, colaboradora num Call Center, sociável, com um bom grupo de amigos, um companheiro, que de um dia para o outro assoberbada com a frenética comunicação diária perde a vontade de falar. Como se de um momento para o outro as palavras, a efemeridade da mensagem deixassem de fazer sentido para ela. A curta desenrola-se com as pessoas à volta dela num esforço doloroso, à procura de uma solução, de palavras, de sons, de um discurso. Só que o silêncio impera até ao fim.
Recordo esta curta-metragem, porque o silêncio reina também
cada vez mais o meu word. Apesar dos pensamentos ruidosos, há um silêncio que
procura instalar-se. Durante o dia, escrevo, comunico com outros, comunico para
outros, em todas as plataformas digitais de suposta proximidade. Email,
whatsapp, zoom, Skype, redes sociais, tudo serve de meio de transmissão de
discursos. À noite, quando procuro as minhas palavras, aquelas que me definem,
aquelas que compõem a minha alma, que alimentam os meus sonhos, elas adormecem
num embalo sofrível de desinspiração.
Nunca tive o interesse de partilhar apenas e só receitas, mas
apercebo-me que é isso que tenho feito. Sempre com medo de partilhar a minha
voz, de me expor, de dar a conhecer as reais camadas que me compõem. Apercebo-me
muitas vezes que fui empurrando as minhas vontades com os discursos da moda,
sem qualquer propósito. Agora a dúvida
que o meu espírito coloca, enquanto olho para o curso do rato, esterilmente parado,
será que essa voz pessoal se perdeu? Não sei ainda a resposta, a amálgama de
palavras que o word vai recebendo ainda não permite contar o final da história.
Quero acreditar que abrir o coração a mim mesma, pode ser o primeiro passado
para uma reescrita. Mesmo que sejam preciso duas horas sentada a meditar em
frente ao ecrã do PC, a absorver o desafio de uma folha digital em branco.
Panquecas de Mirtilos
(Inspiradas numa receita da revista BBC Good Food)
(Inspiradas numa receita da revista BBC Good Food)
Tempo de preparação: 30 min. aprox.
Dificuldade: Super Fácil
Quantidades: 15 panquecas (+/-)
Dificuldade: Super Fácil
Quantidades: 15 panquecas (+/-)
Ingredientes:
250g de farinha com fermento
1 colher de chá de fermento
1 ovo
1 colher de sobremesa de mel
1 colher de sobremesa de mel
300ml de leite
1 colher de sobremesa de margarina
Óleo de coco q.b.
Modo de Preparação:
Numa taça, juntamos a farinha, o fermento. Noutra taça, batemos
o ovo, com o leite, o mel e a margarina. Abrimos um buraco no centro dos ingredientes
secos e nele vertemos a mistura do ovo e leite. Gentilmente, batemos até que
todos os ingredientes fiquem bem incorporados obtermos uma massa lisa e cremosa.
Adicionamos os mirtilos. Deixamos repousar durante 10 minutos. Aquecemos
uma frigideira antiaderente em lume médio com um pouco de óleo de coco. Vertemos
porções pequenas da massa na frigideira e deixamos cozinhar alguns minutos, ou
até a massa começar a ficar dourada e firme. Viramos e deixamos cozinhar.
Repetimos o processo até esgotarmos a massa.
Sem comentários
Enviar um comentário