Sempre tive um fascínio por revistas. Desde pequena que os
meus pais alimentaram o meu gosto pela leitura e como nem sempre era fácil
adquirir livros (ainda não existia a oferta que há hoje), a leitura era
promovida com a aquisição de revistas. Foram tantas as publicações que ao longo
da minha vida contribuíram para o meu crescimento pessoal, que me fizeram
sonhar, que me forneceram conhecimentos e curiosidades que ainda hoje fazem
parte dos meus dias.
Por exemplo, foi graças à National Geographic, ainda na
versão em inglês, que conheci o mundo, que vivi tantas aventuras e ousei sonhar
em estilo Indiana Jones. Na realidade, esta revista teve um impacto importante na
hora de responder: o que queres ser quando fores grande?!, ajudou-me a descobrir
que queria ser jornalista.
Talvez esta seja a maior colecção que tenho,
centenas de revistas da National Geographic empilhadas em casa dos
meus pais. "Pai, Mãe, prometo que um dia destes desamparo a loja, mas para já
não me consigo desfazer dessa preciosidade."
Cada vez que olho para estas
revistas sou transportada para memórias tão boas, como quando descobri quem era
Jane Goodall, quando entrei pela primeira vez numa pirâmide egípcia ou quando nadei
com orcas.
Mas não contem a ninguém, antes de me apaixonar pela National Geographic, era viciada na Ragazza. Lembram-se? Eu era doida por esta revista.
Numa era em que a internet era ainda uma miragem, que não se falava de influenciadores digitais, que as modas demoravam meses ou anos a chegar a Portugal, que as estreias de filmes só chegavam a Portugal quando já saiam em VHS nos EUA, e ainda não se falava abertamente em jeito de post sobre sexualidade e feminismo, a Ragazza era leitura obrigatória.
Aprendi muito à conta desta publicação, nomeadamente sobre ciclo menstrual, acne, como aturar professores chatos, maneiras de controlar a ansiedade na adolescência, etc, etc,etc. Sim também devo te “papado” muito lixo, mas prefiro recordar os bons ensinamentos. Preferia mil vezes esta revista à Bravo e à Super Jovem, que basicamente eram revistas cor de rosa de boatos (mas atenção que mesmo assim comprei algumas).
Agora já crescida, continuo a ser uma leitora assídua de revistas. Continuo a achar que é uma forma interessante de aceder a conteúdo diversificado.
Hoje em dia está quase tudo na net. Se quero conhecer um país basta ir ao Google maps e estou lá em menos de um minuto a palmilhar as suas ruas. Eu sei…, mas há algo de mágico em conhecer os sítios, as receitas, as modas através de alguém que saiba escrever bem e de alguém que saiba fotografar ainda melhor. Sim, continuo a dar primazia aos conteúdos com qualidade e ao cheiro do papel.
Confesso, no entanto, que deixei de investir tanto na aquisição de formatos em papel, apesar de ser o meu favorito. Primeiro, por uma questão económica e de espaço em casa (e na casa dos meus pais) e, em segundo, também por uma questão de sustentabilidade do planeta.
No entanto, existem algumas publicações às quais não resisto. Sempre que sinto que preciso de viajar (e não tenho tempo, nem dinheiro) vou até ao quiosque mais próximo e deixo que a Volta ao Mundo me leve para bem longe. A revista Visão ajuda-me a estar actualizada em relação aos temas mais relevantes da sociedade civil. Na internet costumo também folhear a Simple Things, que é uma revista que me relaxa muito, e a Country Living, que contribui para aumentar o meu sonho de ter uma quinta bem grande em estilo rústico, com muitos animais e grandes hortas biológicas.
E, claro, não podia deixar de falar das revistas que alimentam o meu hobbie e me inspiram a criar novas e melhores receitas para o blogue. A minha revista de culinária favorita é sem sombra de dúvidas a Delicious Magazine. Tem receitas de babar, um cuidado editorial híper profissional e além disso aposta em artigos maravilhosos, super críticos e que geram reflexão relacionados com o mundo da gastronomia e tudo o que ele envolve culturalmente, socialmente e politicamente. Também costumo espreitar a BBC Good Food, que embora não invista tanto em artigos críticos, também apresenta receitas de comer e chorar por mais. Na realidade, foi esta revista o ponto de partida para a receita que partilho hoje.
E vocês também se deixam influenciar, inspirar por revistas? Em papel ou em formato digital? Partilhem comigo as vossas publicações favoritas.
Madalenas de Chocolate e Café
Tempo de preparação: 20 min. aprox.
Dificuldade: Fácil
Quantidades: 16 unidades
Ingredientes:
100g de margarina
3 colheres de sobremesa de açúcar
100g de farinha autolevedante
3 colheres de sobremesa de chocolate em pó
2 ovos
1 café curto
Modo de Preparação:
Pré-aquecemos o forno a 180ºC e untamos um tabuleiro próprio para Madalenas.
Numa pequena caçarola colocamos a margarina e levamos a lume brando para amolecer. Deixamos arrefecer.
Batemos as claras em castelo e reservamos.
Numa taça juntamos a margarina, o açúcar e as gemas de ovos. Batemos bem até obtermos uma mistura fofa. Adicionamos a farinha, o chocolate e o café. Voltamos a mexer bem para incorporar todos os ingredientes.
Aos poucos adicionamos as claras. Envolvemos com cuidado e suavemente.
Vertemos a massa obtida na forma, enchendo três quartos de cada forma.
Levamos ao forno entre 10 a 12 minutos. Retiramos e deixamos arrefecer completamente.
Para tornar esta delicia ainda mais apetitosa podemos sempre derreter 100g de chocolate negro, com 75ml de natas e banhar as madalenas. Antes do chocolate voltar a solidificar salpicamos com amendoim picado.
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