Porque é que um ano depois escrevo sobre este assunto? Porque estou ressabiada? Porque não gostei daquele momento especial? Nada disso. Antes pelo contrário, todos os esforços conduziram-me a um dia simplesmente magnífico, sem stress, apenas de partilha e comunhão com o meu noivo e com as nossas famílias. Um dia simples, simples, mas cheio. Contudo, há um ano atrás o mundo fazia-me correr para poder-me casar. E comecei a aperceber-me que o mundo tem tido este comportamento imensas vezes, fazer-me correr quem nem uma louca sempre que quero dar importância à vida pessoal. Apercebi-me que o casamento não era stressante, era tudo o que à volta se imponha, tudo o que à volta tinha primeiramente de ser preenchido para que a parte pessoal se pudesse afirmar. Não deveria ser ao contrário? Deveria a vida pessoal, familiar e intima ter mais importância e privilégio em detrimento de outras situações? Não descartando responsabilidades (que cada um terá de certeza), há hoje em dia uma imposição de atingir objectivos, de corresponder aos números que desvirtua quem somos. Costumo falar muitas vezes deste assunto no blogue. Talvez seja a minha forma terapêutica de aliviar o que sinto em relação a este sistema rotineiro que nos obriga a correr atrás de nem sei bem quê. O ano que passou tem-me mostrado que abrandar o ritmo é tão importante que respirar.
Permitiam-me recorrer a filosofia de pacotilha: a vida é curta. Respirem, aproveitem os vossos namorados e namoradas, os vossos pais, os vossos filhos, os vossos maridos e esposas, os vossos amigos, aproveitem aqueles momentos que são verdadeiramente especiais e não deixem que nada, nem ninguém se sobreponha ao que querem para a vossa vida. Desse lado devem estar a dizer: falar é fácil. Sim falar é fácil e não vale a pena nos revoltarmos. Depende é de cada um de nós encontrar o seu caminho, a sua forma de se defender. Se desde o ano passado até hoje tenho conseguido abrandar ou tenho sabido colocar as barreiras necessárias para afastar as pessoas e as coisas que não interessam na minha vida: mais ou menos. Mas tenho tido essa consciência, que se tem materializado em fim-de-semana mais relaxados sem pensar nas responsabilidades sociais e laborais, em pequenos momentos, de pequenos-almoços diferentes e em pleno namoro, em actividade em família, em menos horas de trabalho, em menos pessoas negativas à minha volta, em mais nãos e em massagens e em tratamentos de pele. Claro que para ilustrar este desabafo tão pessoal, tinha de recorrer a uma receita simples, leve mas acima de tudo que permite calma, quer a confeccionar, quer a degustar. Espero que gostem.
Panquecas de Aveia, Linhaça e Cacau Cru
Ingredientes
100g de farinha de aveia
80g de farinha de linhaça dourada
80gr de farinha de trigo com fermento
1colher de chá de bicarbonato
2 colheres de sopa de cacau cru
2 colheres de sopa de açúcar
2 ovos
200ml de leite
Peneiramos as farinhas e o bicarbonato de sódio para uma taça. Noutra taça batemos os dois ovos com o açúcar, manualmente, até obtermos uma mistura fofa. Adicionamos o leite e voltamos a mexer. Juntamos as farinhas à mistura húmida. Por último acrescentamos o cacau puro e envolvemos bem. Deixamos a massa repousar durante 15 minutos. Pincelamos uma frigideira com um pouco de manteiga. Colocamos duas colheres de sopa da massa das panquecas até formar um pequeno círculo e deixamos cozinhar em lume brando até aparecerem un buraquinhos na massa. Com a ajuda de uma espátula, viramos e deixamos alourar. Repetimos até a massa acabar. Vamos untando a frigideira sempre que necessário. Servimos com iogurte grego natural, geleia de marmelo, bagas goji, amoras brancas, polén e pepitas de cacau cru.
1 comentário
Têm um aspeto delicioso... vou experimentar ;)
Enviar um comentário