Sabem quando valorizam o trabalho de uma pessoa e quando finalmente têm a oportunidade de conhecer essa pessoa ficam calados que nem um rato. Lembro-me que foi mais ou menos isto que aconteceu. Conheci a Maria João numa gala de entrega de prémios. Ali estava eu perante a expert que eu lia à noite para não fazer figuras durante o dia. Recordo a simpatia e o profissionalismo com que me abordou. Apesar do meu ar novato (e provavelmente deslocado) teceu, sem tons condescendentes ou maternais, conselhos e criticas construtivas, que guardo até hoje.
A nível profissional, a minha participação no mundo dos vinhos terminou, mas continuo a seguir este universo. E foi um prazer descobrir o Guia do Enoturismo de Portugal. Uma obra que nos leva a viajar de norte a sul, de este a oeste do país, à boleia dos melhores projectos de enoturismo. Dividido por regiões, esta é uma obra bastante extensa, criteriosa e graficamente cuidada, que nos dá a conhecer Portugal do ponto de vista dos vinhos, e sempre de uma forma acessível a todos. Recentemente, a obra ganhou o Prémio Mundial de Melhor Livro de Enoturismo dos Gourmand Awards. Independentemente de gostarem de vinhos ou não, este livro é obrigatório na biblioteca de todos os que gostam de apreciar Portugal.
Guia do Enoturismo em Portugal, foi lançado no ano passado. Como e porque é que surgiu esta obra?
Era um livro que faltava no mercado e, quando a editora ZestBooks me abordou para fazer um livro de vinhos sugeri que fosse um guia de enoturismo, sugestão que eles aceitaram de imediato.
O que é que as pessoas podem encontrar neste livro?
Costumo dizer que, quem quiser viajar pelo país e conhecer os melhores enoturismos portugueses tem a vida simplificada. Basta pegar no livro para encontrar uma selecção dos melhores enoturismos nas diversas regiões nacionais. O Alentejo ganha na oferta de maior número de enoturismos, o Douro também está bem posicionado, e no Dão, por exemplo, encontramos um grande crescimento nesta área, existindo ainda um grande potencial para crescer ainda mais. Mas todas as regiões têm bons exemplos que merecem ser divulgados e promovidos.
Quais foram os critérios que utilizou para seleccionar os produtores, quintas, adegas e restaurantes que figuram no livro?
Ninguém pagou para estar neste livro, a selecção foi puramente editorial. Viajo desde 1996 pelo país e sei perfeitamente aqueles que têm um melhor serviço, que se dedicam mais ou menos a esta área, e a forma como recebem. Foram estes os critérios. Receber bem, acima de tudo. De que serve um enoturismo de luxo se o serviço for mau? Logicamente isso é raro de acontecer, mas a verdade é que acontece. Assim, há neste livro também enoturismos que se destacam não por serem luxuosos, mas pelo simples facto de saberem receber bem. Ter uma boa oferta de serviços também foi outros dos critérios a que dei valor. Um bom enoturismo tem de ter soluções para toda a família. Já nos hotéis e nos restaurantes joguei mais ou menos pela mesma bitola. Bom serviço, qualidade, saber receber bem e dar uma especial atenção ao vinho.
Já percorre o país há muitos anos, sempre a conhecer novos vinhos, novos produtores e novas formas de fazer enoturismo. Apesar desta sua experiência foi de alguma forma surpreendida ao longo do processo de elaboração deste livro?
Sim, no último ano viajei bastante para conhecer enoturismos que ainda não conhecia e que surgiram mais recentemente. Os nossos enoturismos e a qualidade do nosso serviço não fica atrás de nenhum outro, em qualquer parte do mundo. E como já referi, o Dão foi a região que mais me surpreendeu nestas viagens, a oferta cresceu muito nos últimos anos.
Quais as críticas positivas e negativas que pode apontar ao enoturismo em Portugal?
Fiz um livro sobre os melhores enoturismos, e não sobre todos, porque ainda não funcionamos na perfeição nessa matéria. Ainda há muita falta de profissionalismo, pouca imaginação na oferta de serviços, muito ‘deixa andar’... mas tenho a esperança que vá mudar, aliás, está a mudar!
O guia é apenas para amantes de vinho já com alguns conhecimentos da área ou destina-se também a quem se inicia na arte de apreciar vinho?
Qualquer pessoa pode ler este livro, a linguagem é muito acessível e, além disso, todos os enoturismos que menciono estão preparados para receber simples apreciadores de vinho ou especialistas. Há diferentes visitas para cada pessoa ou grupo que aparece nas quintas. Por isso, leiam o livro e divirtam-se a visitar estas quintas.
Podemos afirmar que esta obra é um convite a redescobrir Portugal?
Sem dúvida. Redescobrir Portugal através do vinho. Haverá coisa melhor?
Fiz um livro sobre os melhores enoturismos, e não sobre todos, porque ainda não funcionamos na perfeição nessa matéria. Ainda há muita falta de profissionalismo, pouca imaginação na oferta de serviços, muito ‘deixa andar’... mas tenho a esperança que vá mudar, aliás, está a mudar!
O guia é apenas para amantes de vinho já com alguns conhecimentos da área ou destina-se também a quem se inicia na arte de apreciar vinho?
Qualquer pessoa pode ler este livro, a linguagem é muito acessível e, além disso, todos os enoturismos que menciono estão preparados para receber simples apreciadores de vinho ou especialistas. Há diferentes visitas para cada pessoa ou grupo que aparece nas quintas. Por isso, leiam o livro e divirtam-se a visitar estas quintas.
Podemos afirmar que esta obra é um convite a redescobrir Portugal?
Sem dúvida. Redescobrir Portugal através do vinho. Haverá coisa melhor?
Sem comentários
Enviar um comentário