Sonhar é bom e faz
bem à alma. Cliché, eu sei, mas os lugares comuns aparecem de algum lado, nem
que seja do facto de experimentarmos durante muito tempo Algo que depois é
transposto para frases tipo filosofia de pacotilha. Mas quem é que não sonha?
Quem é que não idealiza, nem que seja por breves segundos, uma realidade, um
acontecimento, uma mudança na sua vida que lhe permita atingir um maior
contentamento? Este preâmbulo serve apenas para dizer que também eu sonhei há
dois anos atrás que conseguiria produzir uma horta suficientemente vasta e
diversificada. Nunca o disse em voz alta, mas o objectivo era começar a
aprender a cuidar da terra, começar a percebê-la, para mais passar a administrá-la
com sapiência. Apesar de sempre ter vivido ligada à terra, a verdade è que
nunca desenvolvi a tal sapiência agrícola. E, tal como não tinha antigamente,
continuo a não revelar grande entendimento do assunto. Embora eu procure sempre
resolver as minhas questões e dúvidas por vezes bastante tontas junto de quem
sabe (avós, pais, tios), a verdade é que senão fosse a perseverança e a
paciência dos mais velhos sábios, talvez a estufa e a horta não estivessem a
passar por tão boa fase. È verdade, que não posso afirmar ter atingido a
quimera, ter alcançado a horta de subsistência. Mas a passo e passo, novas
culturas são introduzidas, novos conhecimentos são adquiridos e o pensamento
onírico vai passando à concretização. Este ano, já há ervilhas, erva-cidreira,
cebolinho, um pequeno morango para amostra, amêndoas, couves-de-bruxelas (vamos
ver se os pássaros não as comem), nabos, rabanetes, courguet, alfaces e
tomates. A expansão, pequena é certo, denota a vontade com que todos nos
reunimos em redor deste meu sonho. E porque começámos com um lugar comum, só
poderia terminar dizendo que o sonho comanda a vida.
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