Ontem chorei
Com medo que não houve-se amanhã, E que as palavras ficassem para sempre Entaladas num corte temporal No buraco negro Que comanda a vida De quem teme o amanhã
Ontem chorei
Ao imaginar como o amanhã Deve diferenciar do hoje
Ao imaginar que a minha perfeita ilusão do amanhã É apenas uma vaga ideia
Que conforta a minha ausência de razão
Mas ontem chorei Porque até essa ilusão imaginária Metodicamente idealizada
Para me sossegar Se desvanece A cada dia A cada passo avançado do passado.
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